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19 de Abril de 2024

O direito de saber

O aperfeiçoamento dos mecanismos de acesso a informações relevantes amplia o poder do eleitor e fortalece a democracia.

há 10 anos

O direito de saber

Está superada a desculpa de que eventuais decisões equivocadas, tomadas pelo eleitor, podem ser atribuídas à falta de informação. É possível assegurar, às vésperas do primeiro turno da eleição, que em nenhum período da história brasileira os cidadãos tiveram tanta liberdade para acessar informações, investigar biografias, avaliar quem aproveitou a propaganda política para defender posições programáticas ou, ao contrário, utilizou o espaço para tentar enganar.

Com a liberdade de expressão e de imprensa, o brasileiro reconquistou o direito de escolher seus representantes. Nesse contexto, é frágil o uso do argumento de que a população ainda não tem dados suficientes para deliberar, neste que é o mais poderoso momento de uma democracia.

Até recentemente, como resquício do período de exceção, prevaleceu o ponto de vista de que o povo era sistematicamente enganado por políticos e ocupantes de cargos públicos. Admite-se que, por muito tempo, os eleitores foram colocados à margem de informação capaz de esclarecer posições, atos administrativos e, por decorrência, suspeitas sobre desmandos.

Aos poucos, o Brasil corrigiu as deficiências herdadas do autoritarismo, enquanto as instituições retomavam a normalidade e a democracia era aperfeiçoada pela própria repetição das eleições. Candidatos e eleitores livraram-se das mordaças e reaprenderam a impor suas vontades, no exercício do voto, a cada dois anos. É o que ocorrerá mais uma vez agora, com a diferença de que o Brasil avançou na disponibilidade de informações que permitem ao cidadão orientar suas decisões e a avaliação que faz dos homens públicos.

O mais notável dos instrumentos é a Lei de Acesso à Informação, em vigor há três anos, que permite a qualquer brasileiro saber o que se passa em todos os poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário, nas esferas federal, estadual e municipal. Todas as informações produzidas ou sob responsabilidade do setor público são acessíveis. A regra é permitir o acesso a quem requisita esclarecimentos. O sigilo, em casos específicos, passa a ser a exceção.

Além disso, o país qualificou organismos de vigilância, criou leis que punem desmandos — como a da Ficha Limpa — e fortaleceu uma imprensa independente. Também foram amplificados os meios que dão voz à democracia, como as trocas proporcionadas pelas redes sociais. Não há, portanto, como atribuir à sonegação de informações as eventuais decisões e escolhas equivocadas adotadas antes, durante ou depois de uma eleição.


Fonte:http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/sc/diário-da-redacao/noticia/2014/09/o-direito-de-saber-4609...

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Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/o-direito-de-saber/142404244

4 Comentários

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O problema não é a falta de informação ou seu excesso, mas sim, a falta de entendimento do que se lê. Infelizmente, uma grande maioria, não sabe interpretar um simples texto. continuar lendo

Claro que falta informação, pois embora ela esteja disponível em portais de transparência e outros mecanismos citados pelo autor da matéria, elas estão inacessíveis por diversos fatores:

1. Incapacidade intelectual do eleitor médio em compreender este tipo de informação. Há fatores diversos, dentre eles: falta de instrução regular (eleitores analfabetos funcionais); doutrinação ideológica realizada desde a infância (incapacita o censo crítico);

2. Excesso e pulverização das fontes de informação, o que torna impossível ao trabalhador consultá-las todas (há portais de transparência em cada município, em cada estado e no governo federal, havendo ainda ferramentas para acompanhamento de deputados "estaduais e federais" e senadores,.....);

3. Qualidade das informações: Indicadores oficiais são maquiados; edição de matérias jornalísticas segundo critérios políticos,....

Ou seja, o eleitor médio, obrigado a votar, mesmo que não se sinta preparado para tal, não é devidamente informado.

PS: como exemplo de falta de censo crítico, sugiro ver o vídeo abaixo, a partir dos 6:20 (um afro-brasileiro neonazista, não há outra explicação à não ser de que o mesmo esteja privado de seu censo crítico para negar o caráter eugenista do nacional socialismo):
http://youtu.be/Gspi3LKBsLg continuar lendo

Marco Aurélio, eu acrescento ainda à sua observação que o problema não é a falta ou excesso de informação sobre os candidatos, o problema maior é saber que nenhum deles possui uma ficha "imaculada" e que nenhum deles tem uma proposta efetiva para a solução dos problemas que afligem nosso país. Isto nos leva à velha política de tentar eleger o "menos pior"... continuar lendo