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20 de Abril de 2024

Para 65% dos brasileiros, mulher de roupa curta merece ser atacada, revela Ipea

Trabalho se baseou na entrevista de 3.810 pessoas, residentes em 212 municípios

há 10 anos

Para 65 dos brasileiros mulher de roupa curta merece ser atacada revela Ipea

A maioria dos brasileiros concorda com a ideia de que marido que bate na esposa deve ir para a cadeia, revela pesquisa divulgada nesta quinta-feira, 27, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Batizado de Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS), o trabalho se baseou na entrevista de 3.810 pessoas, residentes em 212 municípios no período entre maio e junho do ano passado.

A pesquisa mostra que 91% dos entrevistados concordam total ou parcialmente com a prisão dos maridos que batem em suas esposas. O estudo alerta, no entanto, que é prematuro concluir, com bases nesses dados, que a sociedade brasileira tem pouca tolerância à violência contra a mulher. “Há uma ambiguidade do discurso”, afirmam os autores.

Dos entrevistados, 63% disseram concordar com a ideia de que “casos de violência dentro de casa devem ser discutidos somente entre membros da família”. Causou espanto entre os próprios pesquisadores o fato de que 65% disseram concordar com a frase “mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas”, algo que deixa claro para autores do trabalho a forte tendência de culpar a mulher nos casos de violência sexual.

Para 65 dos brasileiros mulher de roupa curta merece ser atacada revela Ipea

Para autores, um número significativo de entrevistados parece considerar a violência contra a mulher como uma forma de correção. A vítima teria responsabilidade, seja por usar roupas provocantes, seja por não se comportarem “adequadamente.”

A avaliação tem como ponto de partida o grande número de pessoas que diz concordar com a frase: se mulheres soubessem se comportar, haveria menos estupros. O trabalho indica que 58,5% concorda com esse pensamento. A resposta a essa pergunta apresenta variações significativas de acordo com algumas características.

Residentes das regiões Sul e Sudeste e os jovens têm menores chances de concordar com a culpabilização do comportamento feminino pela violência sexual. A pesquisa não identifica características populacionais que determinem uma postura mais tolerante à violência, de forma geral.

Os primeiros resultados, no entanto, indicam que morar em metrópoles, nas regiões mais ricas do País, ter escolaridade mais alta e ser mais jovem aumentam a probabilidade de valores mais igualitários e de intolerância à violência contra mulheres.

Autores avaliam, porém, que tais características têm peso menos importante do que a adesão a certos valores como acreditar que o homem deve ser cabeça do lar, por exemplo. A pesquisa do Ipea também revela que a maior parte dos brasileiros se incomoda em ver dois homens ou mulheres se beijando. Dos entrevistados, 59% relataram desconforto diante da cena

https://www.youtube.com/embed/PdPefSCx-uc

A relação afetiva entre pessoas do mesmo sexo também não tem uma aceitação expressiva. Das pessoas ouvidas, 41% disseram concordar com a frase “um casal de dois homens vive um amor tão bonito quando entre um homem e uma mulher” e 52% concordam com a proibição de casamento gay.

O levantamento identificou, no entanto, um avanço na aceitação do princípio da igualdade dos direitos de casais homossexuais e heterossexuais. Metade dos entrevistados concorda com a afirmação de que casais de pessoa do mesmo sexo devem ter mesmos direitos de outros casais.

Para 65 dos brasileiros mulher de roupa curta merece ser atacada revela Ipea

https://www.youtube.com/embed/V4UWxlVvT1A


Fonte: http://www.correio24horas.com.br/detalhe/noticia/para-65-dos-brasileiros-mulher-de-roupa-curta-merec...

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99 Comentários

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Infelizmente ainda reinam muitos caracteres de uma sociedade extremamente machista e patriarcal. Transferir para a mulher a culpa por ato que lhe causa tantas mazelas físicas e, principalmente, psicológicas, só tem explicação num meio social eivado de influências tão arcaicas.. continuar lendo

O espaço não é próprio para discussão de opiniões, serve somente para avaliar com que as pessoas estejam se preocupando. Penso que os preclaros participantes falam de fatos e feitos diferentes. Vejo alguns conflitos de pensamentos. A mulher deve ser respeitada como o homem também. Entendo que uma pessoa com saúde mental satisfatória, não agrida graciosamente qualquer outra igual. A pessoa equilibrada em suas funções neurais e morais, não precisa agredir ninguém, seja usando peças do vestuário que venham provocar ou despertar desejos, como entender que deva se servir de alguém por estar usando vestuário provocante. Porém, responder por seus atos é questão obrigatória tanto para um quanto para o outro. Desculpe, mas gostaria de expor melhor minha ótica sobre o tema, o sono não me permite. abraço forte. continuar lendo

Por mais cientifica que seja uma sociedade; por mais evoluida que seja um povo; por mais rico, poderoso, educado, ilustre, desenvolvido seja uma sociedade, certos comportamentos é da natureza humana, é da conduta humana, é da raça. Não é questão arcaismo, é realidade patológica, sociológica, é parte dos estudos da psicologia, da psiquiatria, psicanálise, e da teologia. continuar lendo

http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil/2014/03/28/a-culpa-do-estupro-naoeda-mulher-masada-confusaoeda-pesquisa-do-ipea-essa-sim-merece-ser-atacada/ continuar lendo

Aturar reportagem da veja como resposta é duro.. continuar lendo

Enquanto existir grupos de funk que fazem a chamada para seus "shows" com a frase, "sarrando a novinha", ou "pega forte que ela gosta", as pessoas que ouvem acharão que é normal "sarrar a novinha" estuprar, etc. continuar lendo

Em minha opinião, quem concorda com esta ideia, desconhece ou ignora que há homens doentes, e, tal posicionamento, corrobora com a impunidade, uma vez, que transfere para a vítima da violência mea culpa.

Ignoram por exemplo, que, para o maniaco sexual, o agressor, nem sempre é a roupa o gatilho que o impulsiona ao ato violento, é a oportunidade que tem em cometer a violência, estando a mulher, com roupa curta ou não.

Há inúmeros casos em que a vítimas estavam vestidas com roupas longas, calças jeans, roupas ditas comportadas. Nestes casos, o que justificaria a violência, a agressão sexual? Fica evidente que para o ser violento, não importa a roupa, importa é a oportunidade. continuar lendo

Perfeita sua observação meu chapa, parabéns pelo comentário inteligente continuar lendo

Caro Rubens, teus tantos comentários são bem formulados. Parece-me que tens bons conhecimentos sobre o assunto. Entretanto, tuas conclusões me parecerem imprecisas, deixando de levar em conta outros fatores que dariam uma abrangência, e por conseguinte, uma conclusão mais apropriada. Parece-me te ater a violências sexuais com violência, ou seja, onde há outra agressão além da sexual. Não é a isto que a PESQUISA se ateve, bem como, a PESQUISA usou "atacá-las", NÃO estrupá-las. Logo, quem respondia, não teria o mesmo contexto da tua mente.
Outrossim, 65% eram mulheres. Pensam como mulheres. Agem como mulheres. Talvez, quando quiseram conquistar/dominar/assediar algum homem, se vestiram assim.
Ainda, conforme tenho visto nos artigos TRAZIDOS pela Nelci, ela joga com a polêmica. Pra quê? Neste artigo, entendo, subtraiu dados altamente relevantes.
A Jânia Paula, muito louvavelmente foi na PESQUISA, aí, surpreendeu-se.
Rubens, tu usas camisa "de marca", tens um carro melhor, tens cacife para bancar um restaurante melhor, a melhor suíte do motel? Formas de conquista. Só.
Mas não é isto que importa. O que importa é que são cidadãos com liberdade de pensarem diferente daquilo que as outras mulheres querem que elas pensem. Ditatorialismo de idéias. Penses igual a mim, senão te taxarei de alguma coisa!
Mais a frente, ao responderes ao Vladimir, sitas os que não vêem seus familiares com tesão, mas existem os que assim agem. Digo muito mais, com todo o respeito que me referi aos teus conhecimentos, EXISTEM, SIM, muitas mulheres que assediam seus familiares do sexo masculino. Pq te aténs somente as versões do outro lado?
Aí complica, não é?
Ao Emerson, levantas vários questionamentos com o intuito de enfraquecer as postulações por ele feitas. Nós, pelos menos, somos do sexo masculino. Desde pequenos (e temos idades aproximadas) fomos estimulados por gibis, revistinhas, etc, etc, etc, a termos tesão e dominação em certas condições, entre elas, saias "pensadas", curtas, vermos calcinhas. Isto tudo continua sendo retratado por toda a mídia. Pq essas hipócritas feministas não lutam contra a prostituição, contra os apelos sexuais praticados pelas próprias MULHERES. NÃO, não é a criminalização da vítima. É, SIM, resolver os seus problemas PRIMEIRO dentro de casa (numa visão mais ampla, nossa própria sociedade). Educarmos nossos filhos e filhas a terem comportamentos adequados a situação presente. Vi, nestas exposições, mulheres falando que se quiserem andar pelada, beleza. Qkié isso? Existem, SIM, comportamentos sociais previamente esperados. Se não concordares, tente mudá-los com idéias. Como aqui estamos fazendo. Não concordo com estas tentativas de SUPERIORIDADE das mulheres (de longe não pensam em igualdade). Qual delas expôs que está disposta a abrir mão das inúmeras regalias a mulheres, em prol da verdadeira igualdade? HIPOCRISIA. Continuam se atendo que o homem abrir a porta do carro, blá, blá, blá. Mas enfim, sou contra e ao invés de idéias, passarei a combatê-las com atitudes. No meu caso, acho que poderei matá-las!?!? Claro que não. Fiquemos apenas com as idéias. Mas demos direito a todos. Ele não foi taxativo, só evidenciou uma maior probabilidade, não inocentando ninguém. Sim, que tem maior poder aquisitivo, possui uma tendência maior de ser roubado. Ele não proporia a inocentização do ladrão. Muitos que são assassinados por armas de fogo ou branca, o são por NÃO possuí-las (é a minha opinião).
E por aí afora...
Quanto ao Wagner, concordei em parte com a sugestão dele (acho que conforme o número de ocorrências não seria tão má idéia). Já com a tua, defenderia integralmente para os "eleitores do PT" e para os "conrinthianos".
Ao Celso, chegas a ser lastimável. Negar que a educação, renda, condição de vida, etc, seja irrelevante para a formação de juízo... Lastimável.
Por fim, quanto ao Arthur, HÁ sim relação de causa-efeito. Todas não, algumas, SIM. Ele apenas usou a saia de 10cm, como um dos exemplos possíveis.
Enfim, conforme disse no início, me pareces uma pessoas com bons argumentos e, sinceramente, fiquei curioso em saber o que realmente pensas.
Continuemos com idéias.
Cordialmente, Luís continuar lendo

A maneira de dizer do quesito apresentado na pesquisa talvez tenha levado muitos a afirmarem aquilo que, se fosse apresentado de outra forma, não seria. Entretanto, deixando de lado influências da semântica na conclusão obtida, o quesito causador da (assustadora) resposta popular é bastante claro ao trazer o merecimento da agressão pela maneira de se vestir como elemento justificador. Dessa forma, o ataque não é só provável (no sentido de incitador do evento criminoso) como também justo (merecedor, adequado, conveniente), na (deturpada) concepção de 65% dos entrevistados. Dizer que a mulher, além de culpada pelo evento, é merecedora do "castigo" (assim, entre aspas, pois, em verdade, estar-se a falar de crime) realmente denota um grave desvio ético somente legitimado pelos absurdos valores machistas que ainda determinam a conduta de (ao menos 65% dos) brasileiros. Deplorável é pouco. continuar lendo

O Brasil tem 5.564 municípios com quase 200 milhoes de pessoas. Uma pesquisa feita com 3.810 pessoas, residentes em 212 municípios nao reflete a realidade, portanto, a pesquisa nao pode ser considerada relevante. continuar lendo

Esta proporção pode ser considerada como um grão de areia no deserto do Saara. continuar lendo

Reflete bem sim. A população é homogênea e a amostra é representativa do todo. continuar lendo

Bem, 212 para 5.564 municípios esta representativo sim, mas 3.810 para 200.000.000 pessoas, não representa. Sou especialista em controle de qualidade e essas cifras estão um pouco fora do padrão.
Agora temos de concordar que não sendo nenhum moralista essa foto acima com as duas meninas estão um pouco e tanto provocativas no mínimo. Tem mulheres que não medem as consequências de seus atos assim como homens também.
Agora bater em mulher por causa disso é um ato de violência e debe ser freado.
Estamos vivendo um momento crítico no mundo em relação à valores de comportamento, a começar pelos próprios governantes, políticos dando um mal exemplo de comportamento, roubando, mentindo. Então, onde estão os valores dessa sociedade? Outra, homens jovens e ate velhos também mostrando as cuecas, é moda? Este fato tem sua origem nas cadeias dos EEUU onde os gays mostravam as cuecas quando estavam a fim de transar, e os idiotas vão e copiam qualquer coisa, é falta de informação, ler, pesquisar na internet, etc... continuar lendo

O tamanho está adequado, sim, se a amostra foi composta também com os critérios corretos. As pesquisas presidenciais, por exemplo, usam entre 2000 e 3000 entrevistados: http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/perguntas_respostas/pesquisas_eleitorais/index.shtml continuar lendo