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25 de Abril de 2024

'Jeitinho brasileiro': 82% acham que maioria pretende tirar vantagem, diz pesquisa

há 10 anos

Jeitinho brasileiro 82 acham que maioria pretende tirar vantagem diz pesquisa

Levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela percepção da população sobre o tema

RIO - Vivemos em uma sociedade dividida entre malandros e manés? O cultuado "jeitinho brasileiro" costuma ser usado para burlar regras, furar filas, andar pelo acostamento e sempre se sair melhor do que a pessoa ao lado. Mesmo quando ela é da sua família, seu amigo, vizinho ou colega de trabalho. É o que mostra pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), feita entre 17 e 21 de setembro de 2012, e completada com dados somente divulgados no início deste ano. A percepção dos entrevistados em relação a forma de agir do brasileiro reflete o jeito com que tratamos as pessoas, mesmo as mais próximas do nosso círculo afetivo: 82% acham que a maioria age querendo tirar vantagem, enquanto só 16% dos entrevistados acham que as pessoas agem de maneira correta. Embora os dados tenham sido coletados no ano retrasado, a coordenação da pesquisa diz que um ou dois anos não interferem na alteração do nível de percepção das pessoas.

Há certas imagens sobre o comportamento do brasileiro que permeiam as percepções das pessoas nas suas relações sociais. A ideia de que o brasileiro sempre burla normas e determinações para obter o que almeja - e essa é uma definição do jeitinho - é recorrente. Para a grande maioria dos brasileiros, a busca de atalhos, soluções facilitadas ou vantagens fazem parte do cotidiano das pessoas - explica Rachel Meneguello, cientista política da Universidade de Campinas (Unicamp).

Quando o assunto é confiança, o número também é alto: 62% dos brasileiros não têm nenhuma (29%) ou quase nenhuma confiança (33%) na maioria das pessoas. Os otimistas, que confiam muito no próximo, são apenas 6%, e os que disseram ter alguma confiança são 31%.

Quanto mais próximo é o círculo social, maior é a confiança. A pergunta sobre familiares teve 93% de respostas positivas, onde os entrevistados disseram depositar muita (73%) ou alguma confiança em membros da família (20%). Logo depois, vêm os amigos, que inspiram muita confiança em apenas 18% das pessoas. Os que disseram ter alguma confiança foram 48%.

A pesquisa aponta ainda que o Nordeste é a região onde as pessoas mais acreditam estar sendo passadas para trás. São 89% os entrevistados que acham que os outros querem tirar vantagem e só 9% acreditam que as pessoas agem de maneira correta. Em seguida, vem o Sul, com 85% de grau de desconfiança, seguido pelo Sudeste (81%) e Norte/Centro-Oeste (71%).

O perigo mora ao lado

Tão próximos, mas tão distantes: assim percebemos nossos vizinhos em 53% dos casos analisados. De acordo com a CNI, que entrevistou 2.002 brasileiros de 143 municípios, mais da metade dos brasileiros desconfia dos moradores da porta ao lado.

Para Rachel Meneguello, o alto nível de desconfiança mesmo entre pessoas próximas aponta para a fragilidade das relações sociais:

Em contextos em que mesmo entre os grupos mais próximos a relação é frágil, estamos diante de situações em que o tecido social está esgarçado.

A última categoria analisada foi a de colegas de trabalho ou escola. Nesta faixa, 44% das pessoas confiam muito (9%) ou têm alguma confiança (35%) nas pessoas à sua volta. A desconfiança, aqui, chega a 47%, sendo 22% os que confiam quase nada e 25% os que não têm nenhuma confiança nesse grupo.

No grupo dos que recebem até um salário-mínimo, a desconfiança aumenta, com 83% dos entrevistados acreditando que a maioria das pessoas quer tirar vantagem. O nível só diminui na categoria dos que ganham de 5 a 10 salários-mínimos, mesmo assim chega aos 77%. Sobre a percepção que o brasileiro tem da sociedade, o nível de desconfiança é maior entre os mais pobres e os mais ricos. Na faixa de quem ganha um salário-mínimo, 67% dos entrevistados disseram ter pouca (26%) ou nenhuma confiança (41%) na maioria das pessoas. No grupo que ganha mais de 10 salários-mínimos, 68% apontaram desconfiança absoluta (39%) ou muita desconfiança (29%) na maioria das pessoas.

O que tem é essa visão de que o brasileiro sempre quer tirar vantagem, ele passa pelo acostamento, fura fila, não devolve o troco, cola na prova, e isso afeta essa avaliação. As pessoas podem defender uma sociedade sem corrupção, mas, nessas pequenas coisas, elas não têm essa ética, e aí você começa a perder confiança. É uma confiança desconfiada - conta Renato da Fonseca, coordenador da pesquisa.

Entrevistados com nível superior são os que mais confiam nos outros. Mesmo assim, são apenas 19% os que acreditam que as pessoas agem de forma correta e 80% os que acreditam que elas querem tirar vantagem.

Jeitinho brasileiro 82 acham que maioria pretende tirar vantagem diz pesquisa


Fonte: http://www.geledes.org.br/acontecendo/noticias-brasil/23760-jeitinho-brasileiro-82-acham-que-maioria...

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17 Comentários

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Acho que o maior problema é que não conseguimos identificar isso em nós mesmos. Pra que ocorra a mudança, cada um precisa começar pelo seu próprio comportamento. continuar lendo

É mais fácil culpar o próximo, que culpa o próximo, que culpa o próximo... que vai culpar o governo, rs... continuar lendo

Perfeito!!! Culpamos o governo, a policia, o funcionario público, a igreja, o pobre, o rico, os políticos... todo mundo menos voce mesmo. Vamos todos agir de maneira correta antes de exigir do proximo! continuar lendo

E isso reflete na política, pois o "malandro" acha certo "passar os outros para traz", mas vive indignado com os políticos corruptos.
É a velha história de "pregar moral de cueca".
Antes de encher o peito para falar da corrupção, dos desvios de dinheiro e tudo mais, deve-se primeiro olhar para o próprio umbigo e refletir se as nossas atitudes estão de acordo com as nossas palavras. continuar lendo

Sério, acredito que 99,99% dos brasileiros querem levar vantagem em tudo.
veja perfil do brasileiro
1. Colocam nome em trabalho que não fizeram;
2. Colocam nome de colegas que faltaram em lista de presença;
3. Pagam para alguém fazer seus trabalhos;
4. Saqueiam cargas de veículos acidentados nas estradas;
5. Estacionam nas calçadas, muitas vezes debaixo de placas proibitivas;
6. Subornam ou tenta subornar quando é pego cometendo infração;
7. Trocam votos por qualquer coisa: areia, cimento, tijolo, preventivo, e até dentadura;
8. Falam no celular enquanto dirigem;
9. Usam o telefone da empresa onde trabalham para ligar para o celular dos amigos (me dá um toque que eu retorno...) - assim os amigos não gastam nada;
10. Trafegam pela direita nos acostamentos num congestionamento;
11. Param em filas duplas, triplas, em frente às escolas;
12. Violam a lei do silêncio;
13. Dirigem após consumir bebida alcoólica, isso quando não bebem ao volante;
14. Furam filas nos bancos, utilizando-se das mais esfarrapadas desculpas;
15. Espalham churrasqueiras, mesas, nas calçadas;
16. Pegam atestado médico sem estar doente, só para faltar ao trabalho;
17. Fazem "gato" de luz, de água e de tv a cabo;
18. Registram imóveis no cartório num valor abaixo do comprado, muitas vezes irrisórios, só para pagar menos impostos. Inclusive FHC e Lula fizeram isto;
19. Compram recibos para abater na declaração de renda para pagar menos imposto;
20. Mudam a cor da pelé para ingressar na universidade através do sistema de cotas;
21. Quando viajam a serviço pela empresa, se o almoço custou 10, pedem nota fiscal de 20;
22. Comercializam objetos doados nessas campanhas de catástrofes;
23. Estaciona em vagas exclusivas para deficientes;
24. Adultera o velocímetro do carro para vendê-lo como se fosse pouco rodado;
25. Compram produtos piratas com a plena consciência de que são piratas;
26. Substituem o catalisador do carro por um que só tem a casca;
27. Diminuem a idade do filho para que este passe por baixo da roleta do ônibus, sem pagar passagem;
28. Emplacam o carro fora do seu domicílio para pagar menos IPVA;
29. Frequentam os caça-níqueis e faz uma fezinha no jogo de bicho;
30. Levam das empresas onde trabalham pequenos objetos, como clipes, envelopes, canetas, lápis... Como se isso não fosse furto;
31. Comercializam os vale-transporte e vale-refeição que recebem das empresas onde trabalham;
32. Falsificam tudo, tudo mesmo... só não falsifica aquilo que ainda não foi inventado;
33. Quando voltam do exterior, nunca dizem a verdade quando o fiscal aduaneiro pergunta o que trazem na bagagem;
34. Quando encontram algum objeto perdido, na maioria das vezes não devolvem;
35. Acabam com o meio ambiente, jogando lixo, ponta de cigarro por todo o lado;
36. O povo Brasileiro tolera uma quantidade incrível de corrupção nos negócios e governo. Enquanto todos os governos têm funcionários corruptos, é mais comum e desenfreado no Brasil do que na maioria dos outros países, e ainda assim a população continua a reeleger as mesmas pessoas.
37. Os brasileiros são agressivos e oportunistas, e, geralmente, à custa de outras pessoas. É como um “instinto de sobrevivência” em alta velocidade, o tempo todo. O melhor exemplo é o transporte público. Se eles vêem uma maneira de passar por você e furar a fila, eles o farão, mesmo que isso signifique quase matá-lo, e mesmo se eles não estiverem com pressa. Então, por que eles fazem isso? É só porque eles podem, porque eles vêem a oportunidade, por que eles querem ganhar vantagem em tudo. Eles sentem que precisam sempre de tomar tudo o que podem, sempre que possível, independentemente de quem é prejudicado como resultado.
38. O brasil têm um sistema de classes muito proeminente. Os ricos têm um senso de direito que está além do imaginável. Eles acham que as regras não se aplicam a eles, que eles estão acima do sistema, e são muito arrogantes e insensíveis, especialmente com o próximo.
39. Nossa polícia brasileira é essencialmente inexistente quando se trata de fazer cumprir as leis para proteger a população, como fazer cumprir as leis de trânsito, encontrar e prender os ladrões, etc. Existem Leis, mas ninguém as aplica, o sistema judicial é uma piada e não há normalmente nenhum recurso para o cidadão que é roubado, enganado ou prejudicado. As pessoas vivem com medo e constroem muros em torno de suas casas ou pagam taxas elevadas para viver em comunidades fechadas.
40. No brasil fazem tudo inconveniente e difícil. Nada é simplificado ou concebido com a conveniência do cliente em mente, e os brasileiros têm uma alta tolerância para níveis surpreendentes de burocracia desnecessária e redundante.

Chega! divirtam-se com o nosso perfil continuar lendo

hehe .. fantastica lista !!! Cada um poderia ir acrescentando novas modalidades .. srrsrrs continuar lendo

Perfeitas suas colocações... quantas vezes não presenciamos ou mesmo participamos de um "pequeno" deslize.... continuar lendo

Me prove que somente o brasileiro faz isso...e o resto dos humanos? São rôbos? Super educados? Pura hipocrisia... continuar lendo

infelizmente esses 82% também só não tiram vantagem porque não tem como, senão...! continuar lendo

Pior. Tiram vantagem sim, mas apontam o dedo só pro "vizinho". Brasil e seu jeitinho! continuar lendo

"... À força de crises, de derrocadas, de desastres financeiros, aprenderá (o ser humano) que o negócio mais estável, mais sábio, mais lucrativo é a honestidade; que a posição mais utilitária é a que leva em conta o interesse de todos, a que se funde e não se isola no organismo coletivo econômico. Estas são as leis da vida e não constituem utopias." - Pietro Ubaldi. continuar lendo